"Me vejo várias vezes no Léo", diz Eduardo Moscovis sobre seu papel em "Louco Por Elas"

Carla Neves

Do UOL, no Rio

  • Divulgação/TV Globo

    Eduardo Moscovis em cena do seriado "Louco Por Elas" (13/3/12)

    Eduardo Moscovis em cena do seriado "Louco Por Elas" (13/3/12)

Após uma participação em “As Cariocas”, o ator Eduardo Moscovis volta em um papel com o qual está mais do que familiarizado. Em “Louco Por Elas” – série que a Globo estreia nesta terça (13), às 23h30 – o ator será Léo, técnico de futebol de areia que viverá cercado por mulheres e seus conflitos. Na vida real, o dia a dia de Moscovis não é muito diferente. O ator é casado com a apresentadora Cynthia Howlett, com quem tem a pequena Manuela, de quatro anos, e ainda é pai de Gabriela, de 13, e Sofia, de 11. As meninas são frutos do seu relacionamento com Roberta Richard. “Me vejo várias vezes no Léo”, confessa o ator, que está prestes a se tornar pai de um menino.

Na história – que tem assinatura e direção geral de João Falcão – o treinador tem de driblar as constantes crises do universo feminino, já que divide o mesmo teto com a avó Violeta (Glória Menezes), a filha Theodora (Laura Barreto) e a enteada Bárbara (Luisa Arraes). Como se não bastasse conviver com o trio, Léo ainda tem de lidar com o que sente pela ex-mulher, Giovana (Deborah Secco). “O Leo tem uma desenvoltura parecida com a minha e aprendo muito com as minhas mulheres. Luisa, a minha filha mais velha na série, vem antecipando o que vai acontecer com a minha mais velha, Gabriela, que hoje tem 13 anos”, conta.

Leia, a seguir, a entrevista completa com o ator:

UOL – Assim como o Léo, você também vive cercado por mulheres na vida real. Foi mais fácil construir o papel por conta dessas semelhanças entre você e o personagem?
Eduardo Moscovis –
Me vejo várias vezes no Léo. Tenho emprestado e roubado muita coisa do personagem. Levo muita coisa para casa também. Tenho três filhas, uma ex-mulher, uma mulher, uma mãe viva e amigas da mãe viva, então, estou sempre nesse universo. O Léo tem uma desenvoltura parecida com a minha e aprendo muito com as minhas mulheres. Luisa, a minha filha mais velha na série, vem antecipando o que vai acontecer com a minha mais velha, Gabriela, que hoje tem 13 anos.

UOL – Você sempre admirou o universo feminino ou passou a admirá-lo depois que passou a viver cercado por tantas mulheres?
Eduardo Moscovis –
É um universo que prezo, vivo e curto. A vida é assim, fui tendo filhas atrás de filhas (risos). Graças a Deus tenho um trabalho em que consigo ficar com elas e sustentar a minha galera.

UOL – Você acha mais difícil criar mulheres?
Eduardo Moscovis –
Quando estava grávido da minha primeira filha, fiquei bem ansioso com isso e ouvi uma frase muito boa do meu ex-sogro, que é pai de cinco mulheres. Ele me disse o seguinte:"Du, é muito simples: você só tem que estar atento e disponível para ouvir. Elas vão se manifestar."

UOL – Mas você acha que vai ficar com ciúme quando a Gabriela começar a namorar?
Eduardo Moscovis –
Imagina! Vou querer que ela namore muito, que seja feliz, que ache um cara maneiro. É claro que ela vai achar uns caras que vão sacanear ela, com os quais ela vai se desiludir, como todo mundo. Não tem como criar ilusão: nem para ela, nem para mim. Acho que não vou ter ciúme mesmo.

UOL – O que você acha que emprestou para o personagem?
Eduardo Moscovis –
Outro dia gravei uma cena em que o Léo foi com a avó levar uma cadela grávida na veterinária. Aí a veterinária examinou a cadela e disse: "ela está muito bem, está tudo certo". O Léo logo interrompeu: "então você acha que o parto vai ser para quando? Você acha que vai ser cesárea ou parto normal? Pode ser debaixo d’água ou de cócoras?". E aí ele fala assim, todo orgulhoso: "entendo tudo de parto de bebê". E a veterinária vira para ele e fala: "mas você não entende nada de cachorro, né?" (risos). Também acho que não entendo nada de parto. Minhas duas primeiras filhas nasceram de parto normal. Já o parto da Cynthia, que tinha tudo para ser normal na minha cabeça, foi cesárea. Era como o Léo, todo pimpão, achando que acertaria.

UOL – Por que você ficou tanto tempo afastado da TV?
Eduardo Moscovis –
Fiz duas novelas seguidas: "Senhora do Destino", em 2004, e depois emendei com "Alma Gêmea", em 2005. E foram duas novelas muito intensas em todos os sentidos. Tanto de trabalho quanto do meu envolvimento com o trabalho. Paralelamente, fazia duas peças de teatro. Já vinha com vontade de dar um tempo na TV. Quando o Walcyr [Carrasco] me chamou para fazer "Alma Gêmea", falei que não adiantava insistir, que não ia emendar uma novela na outra. Mas ele veio com um projeto maneiríssimo e acabei fazendo. E a consequência foi que dei uma cansada física e mental. Estava achando que já estava me repetindo, que já sabia onde estavam as câmeras, que já sabia fazer. Estava precisando de um estímulo diferente, profissional e pessoalmente. Então busquei coisas novas e isso foi muito bom para mim. Acho que agora voltei de uma forma diferente, estou trazendo coisas diferentes para quem trabalha comigo.

UOL – Você cansou de fazer novela ou da exposição que ela gera?
Eduardo Moscovis –
Não cansei de ir gravar nem de atender a imprensa. Mas não sei se fui criado para ser uma figura pública, de estar andando na rua e as pessoas me olharem ou me chamarem. Ou então o lado que é mais invasivo mesmo, de ficarem fotografando a minha vida, com a minha família. Essa sensação estar sendo observado o tempo todo me cansa.

UOL – Mas você vai voltar a ser observado por causa de “Louco Por Elas”...
Eduardo Moscovis –
Mas é diferente. O seriado não tem a mesma audiência de uma novela, a exposição é muito menor. Não tem comparação. Acho que vai ser bom, nesse momento de transição pelo qual estou passando, voltar para a TV em um programa semanal, mais tarde, com outra linguagem.

UOL – Foi essa linguagem que convenceu você a voltar à TV?
Eduardo Moscovis –
Também. E sempre quis muito trabalhar com o João Falcão, que tem um texto muito bom. Estou muito amarradão. As meninas são muito legais. O processo criativo é muito estimulante. E preciso ganhar dinheiro. Tenho que trabalhar (risos).

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